quarta-feira, 3 de junho de 2009

camaleão

Os amantes das saudáveis "invencionices" de Caetano Veloso - que agora traz canções com coração sambista e alma com acenos rock, tendo a guitarra de Pedro Sá quase sempre em primeiro plano - têm um prato farto para saborear sexta-feira (5), em Salvador, às 18h30. O guru baiano apresenta, no palco da charmosa Concha Acústica do Teatro Castro Alves (TCA), seu mais novo show, homônimo ao CD, Zii e Zie.
Na maturidade dos seus 66 anos (prestes a completar 67 em agosto de 2009), o inquieto artista mostra que ainda tem muito gás para gastar. No repertório do show, novas versões para A Voz do Morto, composta sob encomenda para Aracy de Almeida e gravada também por Geraldo Azevedo, e Trem das Cores, clássico de 1982, dedicado a atriz Sônia Braga. Além das antigas, traz músicas inéditas, como a gostosa e de fácil digestão Sem Cais e Lapa, cujo título só reforça a ideia de que o disco gravita, prioritariamente, em torno do universo "carioca da gema". Por isso, para fugir do óbvio, o nome do espetáculo significa "tios" e "tias" em italiano, uma homenagem também a São Paulo, a cidade mais italiana do Brasil.
A manutenção da banda enxuta, jovem e não menos competente, formada por Pedro Sá, Marcelo Callado e Ricardo Dias Gomes (denominada BandaCê), só alimenta a capacidade de transmutação de Caetano Veloso, o artista mais plural da música brasileira. Transamba, transrock, é Caetano em verso e prosa.

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