domingo, 15 de maio de 2011

alegria rala



O velho Baú chamou a atenção sobre aquelas pessoas que querem demonstrar uma felicidade imensa e colocam no msn coisas como: muuuuuuuuuuuuuuuito feliz! É óbvio que isso é exagero e dificilmente alguém está tão feliz assim. Isso lembra a situação dos torcedores do Bahia de Salvador. Há 10 anos sem título, querem fazer festa e comemoração com a conquista do outro Bahia, esse de Feira de Santana. Lá no fundo, é uma alegria absolutamente efêmera e mentirosa. Mentirosa para eles mesmos. Eles, naturalmente, acham bom que qualquer time ganhe o Baianinho, que não seja o Vitória. Porém, dizer que estão muuuuuuuuuuuuito felizes é se enganarem. Felicidade será quando (ou se) eles saírem desse jejum infernal de gritar: é campeão! A conquista do Bahia de Feira de Santana foi meritosa e um tanto justa, principalmente pelas atuações nas finais, e histórica, mas não muda o quadro do futebol baiano de 1990 para cá. Permanece a absurda hegemonia rubro-negra, roubada do rival nos campos de futebol, de maneira honesta e competente. Foram 15 títulos baianos, contra 5 do Bahia de Salvador, 1 do Colo-Colo de Ilhéus, e 1 do Bahia de Feira de Santana. Portanto, essa demonstração de contentamento da torcida do tricolor da capital diante do feito do genérico do interior cheira mais a desespero e angústia do que alegria verdadeira, pois essa carece de motivos mais profundos e latentes.

sábado, 14 de maio de 2011

esnobismo


É engraçado, mas meu pai me acha esnobe. Há alguns dias, durante um almoço em conversa informal, ele falou isso. Fiquei intrigado com o adjetivo aplicado porque não faço jus a ele. O fato é que ele me destinou essa indevida classificação apenas porque tenho "bom gosto" musical e não paro, sob nenhuma hipótese, por respeito e amor à música, para ouvir neoforrobrega e pagoputaria. Isso não me coloca como esnobe de jeito nenhum. Transito com facilidade em vários universos, converso e me dou bem com a maioria das pessoas, independente de condição financeira, cargo no trabalho, cor da pele, peso e altura. Confesso que fiquei até chateado com a infeliz declaração, porque meu pai é persuasivo e já disseminou isso para as pessoas com as quais ele tem mais convivência. Porém, o que vale mesmo é a consciência, que define o que realmente somos e não a rasa opinião alheia, que apenas supõe e deduz o que, muitas vezes, não somos.

sábado, 7 de maio de 2011

enfim a sós

Bermuda, camiseta e sandálias. Máquina fotográfica pendurada no pescoço. Trancoso ou Chapada Diamantina? Cairo, Atenas ou Roma? Essas são as terríveis dúvidas do caricato trabalhador no seu período de férias. Queria eu estar com essas terríveis dúvidas de destino. Entro de férias a partir de segunda-feira (9) e retorno ao trabalho no dia 8 de junho, 10 dias antes de minha Morena completar seu primeiro ano de vida. E não há nenhuma viagem programada, exceto para as escadas da casa, as torres de cd's, o aparelho de som e a comida de Zé. Esse são os locais preferidos da "malina Morena" (e não é o Cebolinha). Porém, engana-se quem pensa que só por isso não estou feliz com meu recesso (merecido!). Só o fato de ficar muito mais tempo junto da minha princesa já me vale ida e volta com hospedagem gratuita em qualquer desses lugares acima. Geralmente acordo às 5h30. Ela também. E esse, comumente, é nosso único encontro no dia, já que volto por volta de 20h e ela já está dormindo. Salvo raras excessões, meu dia-a-dia com ela é assim. Porém, durante 30 dias vou mudar radicalmente essa rotina, independente do trabalho que dê. Pegar minha filha no colo, cheirá-la, beijá-la, perceber as ações, as reações, as modificações, as evoluções... chamegar! É, eu e ela somos um chamego só! Então, minha férias vão se resumir a isso: estreitar ainda mais meus laços amorosos com minha filha que eu amo demais! Vamos para a Ribeira, Monte Serrat, Ponta de Humaitá, fotografar, sorrir e fazer nosso turismo em Salvador mesmo. E tô muito ansioso e feliz por isso!

quinta-feira, 5 de maio de 2011

seres humanos

Eu não chego a dizer que odeio seres humanos, seria demais. Seria pessimismo exagerado com o mundo, visto que estes são os seres predominantes e temos que acreditar neles. Mas quando a gente vê mais provas de que muitos da espécie não valem o que há de mais desprezível na face da Terra, como esses três canalhas, ignorantes e repugnantes indivíduos dá muito asco da espécie humana. O pior é que além de todos esses adjetivos citados, eles são extremamente covardes, característica peculiar de seres humanos. Só o homem é dotado de covardia. E esses elementos da imagem fizeram questão de comprovar ao mundo o quanto eles são fracos e frouxos. Mas não valeria a pena eu alimentar a raiva que me toma nessas horas. Não faria bem a mim e nem muito menos ao animal cruelmente torturado na imagem, e que deve estar sentindo uma dor impossível de calcular. Expor essa imagem chocante, além de atestar do que humanos são capazes no esplendor da imbecilidade e maldade gratuita, é a minha contribuição para que se encontre esses crápulas e que se faça justiça a favor dos animais.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

boemia

"Ele voltou, o boêmio voltou novamente". Quando confirmei ontem (3), após visualizar o e-ticket pelo email (já que o bicho mente pra caramba!), que o velho Baú estava de volta à terrinha, me veio logo à cabeça esse trecho da canção de Adelino Moreira, imortalizada na voz de Nelson Gonçalves. Fiquei ainda mais voltado a essa música porque ele retorna justo hoje (4), quando completa 32 anos e já foi falando em "tomar uma!". Aí rodou logo o filme dos nossos bons tempos no Pelourinho (quando estava no auge). Nego Bi é amigo de infância, crescemos todos juntos. Gargalhada fácil, bom humor e prestatividade são as principais caracterísiticas do querido "Beirada" (saudoso Ito). Teve uma época em que só andávamos no Pelourinho, curtindo Wilson Carvalho e Biér, regado a muita cuba libre. O lugar lembrava aqueles ambientes antigos onde as pessoas iam "beber e conversar e esquecer os problemas". Eu, ele, Dério, Simone e Taty era o time que me vem a cabeça nesse longa metragem. É bom que ele volte. É bom ter por perto as pessoas de quem a gente gosta de verdade, da maneira como elas são. Baú é espontâneo, é natural e é querido. Por mim e por meus irmãos, ele é. Ele só está voltando para o lugar de onde não deveria ter saído nunca. Que seja pra ficar. Um bar nos espera!


A volta do boêmio
(Adelino Moreira)


Boemia, aqui me tens de regresso
E suplicante te peço a minha nova inscrição
Voltei pra rever os amigos que um dia
Eu deixei a chorar de alegria
Me acompanha o meu violão

Boemia, sabendo que andei distante,
Sei que essa gente falante vai agora ironizar
Ele voltou! O boêmio voltou novamente
Partiu daqui tão contente
Por que razão quer voltar?

Acontece que a mulher que floriu meu caminho
De ternura, meiguice e carinho, sendo a vida do meu coração
Compreendeu e abraçou-me dizendo a sorrir
Meu amor, você pode partir, não esqueça o seu violão
Vá rever os seus rios, seus montes, cascatas
Vá sonhar em novas serenatas e abraçar seus amigos leais
Vá embora, pois me resta o consolo e alegria
De saber que depois da boemia
É de mim que você gosta mais

terça-feira, 3 de maio de 2011

mãe de verdade

Perder um ente querido sempre é um baque. Imagine perder a mãe? A minha, vítima de câncer, deixou a mim e aos meus dois irmãos, quando eu tinha exatos 21 anos, precisamente em 23 de agosto de 1999. Ela tinha 55. Hoje tenho 33. Fazendo as continhas, são 12 anos sem ela. Em 2011 será o 11º Dia das Mães sem ela. Quando uma pessoa que a gente ama morre, após algum tempo a gente se acostuma. Não tem jeito, a vida continua. E tem vezes, por mais cruel que seja, que a gente nem lembra da pessoa. Mas também quando uma pessoa que a gente ama morre, tem momentos em que a gente sente uma falta e uma saudade imensas. Sem condições de mensurar. Às vésperas de mais um Dia das Mães sem ela, senti uma falta profunda dela. Minha mãe criou três filhos sem pai por perto. Três filhos homens e em "escadinha" como diz o povo. Um atrás do outro. Mãe solteira só não trabalhava nas Casas Bahia, mas cumpria seu labor diário com mérito e empenho no Fórum Teixeira de Freitas. Grande mulher e mãe. Viveu para os rebentos. Tudo que estava a seu alcance migrou para os filhinhos, que nunca tiveram o devido reconhecimento. Talvez nunca tenha dito a ela com tanta franqueza, mas a amo, sempre amei minha mãe... muito! Ela não está mais aqui. Não sei se é tarde para dizer isso. Acho que não. Certamente o sentimento, quando verdadeiro, ultrapassa qualquer barreira visual de comunicação. Mais um Dia das Mães sem ela: mãe de verdade!

a canção deles (ou não)

Ele sempre passou aquela imagem de macho "durão" e insensível. Imaturo. Já chegou nos 30 e essa fase traz na bagagem um pouco mais de saber. De filhinho de papai a policial militar muita coisa acontece! Aconteceu. Amizade de infância, menina de coração grande, azuadinha. De volta a Salvador, terra que ama de paixão, veio pra ficar. Voltou em companhia de um anjo. Brigas, confusões e desentendimentos frutos de orgulho, puerilidade e falta de diálogos... talvez amor! Sozinho aqui. Como lidar com essa tal solidão? Mãe já foi há mais de 10 anos, pai nunca teve representatividade. E agora? O vazio talvez traga a realidade de um sentimento, que abarcou grandes "guerreiros" como Lampião, porque não a ele? E por que não a ela? Tem um anjo no meio. Deve haver um resquício de amor.

Mapa-múndi (Thiago Pethit)

Me escreva uma carta sem remetente
Só o necessário e se está contente
Tente lembrar quais eram os planos
Se nada mudou com o passar dos anos
E me pergunte o que será do nosso amor?

Descreva pra mim sua latitude
Que eu tento te achar no mapa-múndi
Ponha um pouco de delicadeza
No que escrever e onde quer que me esqueças
E me pergunte o que será do nosso amor?

Ah, se eu pudesse voltar atrás...

xalaiálaiá

As partidas valendo pelas semifinais do Baianinho 2011, envolvendo Vitória e Bahia, além de manterem "tudo como d'antes no Quartel de Abrantes", isto é, a estúpida supremacia do Leão nos últimos 20 anos, serviram para trazer nova desconstrução à tona: a guerra (sadia, diga-se de passagem) entre as torcidas. Em números absolutos, indiscutivelmente, a do Tricolor ainda é maior, apesar do grande surgimento de novos rubro-negros. O que trago para a pauta é um tema que está indo por terra: o comportamento no estádio. Diz o mito que a do Bahia agita e a do Vitória é quietinha. Diz o mito. Mas mitos estão aí para serem quebrados. Quem presenciou os dois jogos percebeu a diferença grande em ambos os estádios, inclusive em Pituaçu, onde a massa rubro-negra era bem menor, obedecendo à cota. A torcida do Vitória, já há alguns anos, se comporta de maneira muito mais empolgada e animada que a torcida do rival. Porém, nos BAxVi's recentes ficou muito nítida essa diferença. Os rubro-negros engoliram os tricolores no campo e, principalmente, nas arquibancadas. Nota-se até a torcida do Bahia um pouco assustada e acuada, meio sem entender. Afinal, é difícil acostumar-se com novas realidades. A renovação da turma, criativa, exigente e não menos apaixonada, e atenta às tendências, traz esse paradigma para sacudir o futebol baiano. "Sua estrela já era, o meu Leão impera..."