quinta-feira, 14 de maio de 2009

as peças

Jogo é jogo. E para jogar bem qualquer jogo, você precisa escolher com maestria as peças que vai usar. Em um jogo de futebol essa tese fica mais evidente ainda. Ontem à noite, pelas quartas-de-final da Copa do Brasil, o Vitória tomou 4x0 do Vasco. Placar elástico demais e dificílimo de ser revertido aqui em Salvador na próxima semana. Mas o grande trunfo da derrota de ontem não foi um divino futebol da equipe cruzmaltina (longe disso...), mas sim a escolha errada das peças no tabuleiro feita pelo nosso professor Pardal (e não menos competente treinador por isso!), Paulo César Carpegiani (PCC).
O esquema de marcação forte que ele adota e que em 30 minutos de jogo faz o adversário (e aí inclui-se torcida do time oposto e profissionais da imprensa sudestina) ficar nervoso e impaciente, é uma ótima. Foge da tradição do frágil futebol nordestino e incorpora a raça e virilidade do futebol sulista, precisamente do Rio Grande do Sul. A única falha do nosso "cientista" da bola está na distribuição dos elementos para as devidas funções.
Bida como ala esquerdo estava péssimo e como direito está bem ruim. Bida é lento e não tem o devido pique para acompanhar o adversário na marcação e nem para partir pra cima pelos lados do campo. Bida é um jogador refinado, que consegue roubar a bola pelo meio do gramado e distribuir com categoria. E também, na posição sacrificante de ala, ele perde uma arma fundamental: o chute forte e preciso de fora da área. Como ala, Bida é um a menos na partida. Erro de PCC.
Neto Baiano é um finalizador mediano (afinal, o Campeonato Baiano não é parâmetro para torneios nacionais), e nada mais. É muitíssimo lento e sem habilidade nenhuma para jogar sozinho no ataque. Se ele quer um atacante isolado tem que ser outro jogador mais arisco e rápido. Se ele quer Neto Baiano, tem que ser com um parceiro.
Carlos Alberto, com aquela eterna "maresia" só tem uma coisa boa: a experiência (que ele sabe usar a favor). Mas é só isso e isso é muito pouco. Parece até que está sempre em outro planeta na hora do jogo. Aquela posição seria a de Bida.
Jackson está sacrificado como ala esquerdo, como ocorreu ontem. Quer matar o "velhinho", PCC? E ele não é canhoto. Com isso, a tendência é sempre fechar para o meio, e as jogadas de linha de fundo dão adeus.
Apodi seria um grande trunfo para o segundo tempo de algumas partidas. Como atacante eu me recuso a comentar... e como ala ele só sabe correr mesmo. Tem o maior gás e dedicação, mas habilidade e poder de marcação que deixam muito a desejar. Bosco é a melhor opção, sem dúvida. Daria mais segurança e categoria ao setor.
Ramon, nosso eterno craque, vem dando provas de que não tem mais energia e arrancada (além da teimosia em executar todas as bolas paradas, cuja eficácia já não é a mesma de outrora). Sua titularidade é uma incógnita para o "pesquisador" PCC resolver. Mas se o treinador fosse eu, meu time titular jogaria no 3-5-2 e as peças seriam: Viáfara, Wallace, Marco Aurélio, Anderson Martins (ou Vitor Ramos); Bosco, Vanderson, Bida, Ramon (ou Cristian) e Luciano Almeida (ou Robson); Leandro Domingues e Roger (ou Adriano, ou Nadson).

Um comentário:

Daniel Vasconcelos disse...

Concordo!!!
Bicho, esses jornais e programas esportivos estão perdendo um grande talento.
rsrsrsrsrs...
Gostei, parabéns!!!