segunda-feira, 13 de junho de 2011

inversão de valores

Esse mundo está mais doido do que se imagina. Quanto mais a gente pensa que as insanidades chegaram no limite, aparece mais uma. Esse caso do roubo dos instrumentos do Chiclete com Banana mesmo suscitou a mais nova palhaçada do povo brasileiro. Eu vi a notícia no portal IBahia e ao ler os comentários, que são livres, sem moderação, me deparei com a loucura. Em resumo, a maioria dos "comentaristas" defende que eles tinham que ser roubados porque têm dinheiro para comprar novos instrumentos. Essa visão distorcida de valores vem ganhando corpo em nossa população. A de que roubar tem, não só explicação, como justificativa. Não é justo roubar. Nunca será. Os integrantes do Chiclete com Banana têm grana mesmo. Se eles quiserem, compram 50 novas cargas das que foram roubadas. E daí? Caiu do céu o dinheiro deles? Tem uma plantação de "dólares" na fazenda de Bell? Claro que não. O dinheiro deles veio a muito custo, trabalho, esforço, dedicação e competência. Isso em muitos anos de empenho. Não foi da noite para o dia. Os caras ralaram e o fazem até hoje, apesar de gozarem de merecidos benefícios. E esses méritos não os fazem justas vítimas de assalto. Quem é pobre não deve ser roubado e nem quem é rico. Roubar é crime em qualquer circunstância e situação. Roubar nunca será justo, nem que seja um roubo aos "ricos" músicos do Chiclete com Banana.

5 comentários:

Anônimo disse...

Ok fera!!!

PAULO R. CEQUINEL disse...

Fábio, prezado:

Constato que você veio visitar-me - que maravilha! - e tratei de acessar seu blog e leio sobre o roubo feito contra o povo do Chiclete com Banana.
Você disse que "Em resumo, a maioria dos "comentaristas" defende que eles tinham que ser roubados porque têm dinheiro para comprar novos instrumentos. Essa visão distorcida de valores vem ganhando corpo em nossa população."
Menos, Fábio, bem menos. A larga maioria do povo deste país não rouba e não acha que roubar tenha alguma justificativa, não diga tamanha bobagem. Não confunda a opinião de alguns comentaristas com a opinião do povo brasileiro, não simplifique. Quer ver?
Em meu blog, tenho postado textos que posso chamar de libelos de combate contra a religiosidade obtusa e contra a homofobia.
No mais das vezes, pelos menos 90% dos comentários são claramente favoráveis e eu não posso dizer, e gostaria muito de poder dizer, que a "nossa população é tolerante e não aceita a hoomofobia e a obtusidade rerligiosa". Ao contrário, nossa população é claramente homofóbica e obtusamente religiosa.
Os comentaristas que opinam em nossos blogs não representam o povo brasileiro, não tenhamos essa ilusão.
Termino dizendo que moro em Antonina, litoral do Paraná, cidadezinha que tem um puta carnaval de rua (desde 1920, mais ou menos). Moro aqui desde 1995 e, que coisa odiosa, cada vez mais o que vemos é essa porcaria chmada de axé-music acabando com nosso modesto carnaval. No que me diz respeito, bem que poderiam roubar os instrumentos dessas bandas de axé que invadiram os carnavais do Brasil, de modo que elas só tocassem aí na Bahia.

Forte abraço

PAULO R. CEQUINEL disse...

Fábio, prezado:

1. Acabo de tornar-me seu seguidor nº 20. Não rola aí uma canetinha, uma agendazinha de papel reciclado ou algo tipicamente baiano (menos um cd de axé-musica)?
2. Seu link está na mixórdia de blogs sujos.

Forte abraço,
Paulo Twenty Cequinel

Fábio Vasconcelos disse...

Prezadíssimo (pois prezado é muito reles), Cequinel,

É com uma honra indescritível que recebo sua ilustre visita ao meu simplório e quase limpo blog. Felicidade mesmo. Vamos começar de onde devemos: do começo. Eu recebi, por email, do meu editor, um texto com o título mais ou menos assim: "carta aberta ao senador Pinheiro, homofóbico e tal e tal". Ao acabar a leitura, eu, tipicamente baiano, disse, em alto e bom som: que porra é essa? Mas essa experessão de espanto foi no melhor sentido possível. Pirei no texto e fui buscar informações de onde vinha aquilo. Facilmente achei o blog e comecei a degustá-lo. Digeri com prazer. Encaminhei o texto para evangélicos que conheço, gerou e gerei polêmica. É gostoso.
Quanto ao seu comentário, você conseguiu me convencer, em parte, de que estou exagerando ao querer definir a opinião do povo brasileiro a comentários em um portal de notícias, embora eu não quisesse fazer isso, mas pareceu. A opinião do povo mesmo eu nunca vou saber, até porque não poderia faltar a sua...hehe, por isso usei uma amostragem explicitada naqueles comentários. Falei que concordo em parte, porque, mesmo não sendo "axezeiro" e nem muito menos "chicleteiro", julguei incoerente que o senhor, militante de causas extremamente nobres, como o combate ferrenho à homofobia e violência contra as mulheres, seja adepto de algum bairrismo, querendo que as bandas de axé se limitem à grande Bahia. A invasão deles se deu por mérito, gostando ou não do produto. Se eles chegaram até o modesto carnaval de Antonina deve ter havido convite!

Abraço forte e reitero: é uma honra tê-lo entre meus seguidores.

PAULO R. CEQUINEL disse...

As finas estocadas baianamente colocadas no final, bem, eu as mereci. Você tem razão: se axés e chicletes vieram até aqui é porque foram convidados.