quarta-feira, 20 de outubro de 2010

faixa para ignorantes

Se tem algo que não faz qualquer sentido lógico, na prática, é claro, e que vive espalhado pelas ruas da cidade, é a faixa de pedestre. O comportamento das pessoas quanto a ela é esquisito em todos os ditos grupos que se relacionam com a própria. Os que estão a pé nem percebem a sua existência se não houver um semáforo próximo. Sem contar os casos de ignorá-las por ignorância mesmo. Motoristas de veículos, de um modo geral, ignoram completamente a bichinha. Salvo, também, nos casos onde ela vem acompanhada de uma sinaleira. Aí o papo é outro, principalmente quando tem um "peru" de plantão e que vai resultar em desfalque no bolso mais tarde. Mas quando só tem o chão pintado, oxe, não estão nem aí. Nesse momento é que entra o maior choque e curiosidade. O cidadão pedestre, dito civilizado, quer ir a um local bem a frente de onde está. Só precisa atravessar a rua. A faixa, sem semáforo, está há uns 200 metros de distância. O "certinho", cumprindo regras de bom convívio social e educação, traça o itinerário necessário e chega até a faixa. O problema é que nada muda, no comportamento dos motoristas, em relação ao posicionamento inicial do pedestre. Ninguém para. Nem fora e nem na faixa. Motorista baiano, e de muita má vontade, só breca em semáforo. Fora isso, o indivíduo mofa, mesmo diante de uma faixa de pedestres, que parece um enfeite na via de asfalto. É tão corriqueiro que a gente até agradece esbanjando um "legal" com o polegar quando um anjo bom resolve acatar nosso desejo de pisar nas listras brancas e diminui... diminui. Por isso que o povo passa correndo para não correr o risco de parar nas mãos do ortopedista. A inversão de valores, algo inerente em nossa sociedade, onde fazer o errado é que é fazer o certo, estimula as pessoas a abandonarem as faixas, por insucesso, insuflando a ignorância de atravessar em qualquer lugar.

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