terça-feira, 10 de novembro de 2009

final feliz

Frequentador assíduo do estimado projeto do Cinemark, intitulado Projeta Brasil, onde filmes nacionais são exibidos durante todo o dia a custo de R$2,00, aproveitei ontem (9) para apreciar duas boas comédias que ainda não tinha visto: A Mulher Invisível, de Cláudio Torres, e Divã, de José Alvarenga Jr.
O grande elo entre as duas produções, além do óbvio, é o retorno dos finais claros e felizes nos filmes. Não que outro tipo de final não seja bem-vindo, pelo contrário. Mas é que a excessão, na busca eterna pela originalidade, aceitável, principalmente, nas produções cinematográficas, estava virando regra. Na grande maioria das produções, ficava sempre a cargo do espectador, ou imaginar ou decifrar o que viria a acontecer com os personagens. Os finais felizes não fogem completamente disso, mas, pelo menos, poupam quem assiste de ter que direcionar o caminho dos envolvidos na trama.
E outro destaque de ambas as produções, o que para mim é muito positivo, é que não são, pura e simplesmente, comédias "escrachadas", onde só cabe ao espectador rir, rir e rir. O espectador se acaba de rir mesmo, principalmente em A Mulher Invisível, mas até nessa película, cujo título remeteria a gargalhadas exclusivas, há o que se sugar. Aquela mulher que existe só na cabeça dele, é a mesma que existe no imaginário de centenas de milhares de homens brasileiros, ela só não aparece. As feministas podem se manifestar à vontade, mas ela é a Amélia bem melhorada: arruma e limpa a casa de calcinha e sutiã, traz cafezinho na cama de manhã, assiste e analisa futebol, trajando apenas um camisão e até fica dormindo esperando o marido chegar da farra com os amigos, e acorda de ótimo humor quando isso acontece. Quantos casais iam permanecer casados se as mulheres se aproximassem um pouco dessa mulher invisível? E tem mais: ela é Luana Piovani. Basta né?
Em Divã, a estupenda "atriz-dispensa-comentário" Lílian Cabral dá um show novamente no papel principal de uma mulher enfrentando os dilemas da vida cotidiana. As cenas do filme são exatamente o sumo da conversa dela com o analista. E as imagens traduzem todo o mix de sentimentos e situaçãoes que permeiam a vida de inúmeros cidadãos: casamento, alegria, rotina, traição, separação, ciúme. O interessante é que no final, apesar dos pesares, nos dois filmes, renasce o happy end e dá tudo certo. Afinal, com dificuldades e sacrifícios, o brasileiro tem mesmo vocação para ser feliz.

Nenhum comentário: