segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

erasmo tem razão

Eu sou um defensor das mulheres. Um defensor nato. Elas são, naturalmente, o oposto do que foi convencionado ao longo dos tempos: sexo frágil. Nunca percebi em minha mãe, por exemplo, limitações distintas das encontradas no sexo oposto. Não me recordo de ter notado em minha esposa, em qualquer situação – física ou emocional – alguma insignificância em relação a mim. Por essas e outras, vai por terra essa convenção fora de moda.
Um sublime exemplo da magnitude do "ser mulher" foi batizada como Maria do Carmo Miranda da Cunha e atendia por Carmem Miranda. Uma "portuguesinha" de nascimento, brasileira de coração e baiana por adoção (afinal de contas, "baiana" era a caracterização oficial dos seus trajes!). Exígua na estatura, soberana na veia artística. Provou durante alguns anos – poucos, porém intensos – a grandeza da feminilidade sem rival.
Ela foi (e ainda é) a mulher brasileira mais conhecida pelos terráqueos (e marcianos e...). Não sou um "reacionário" de plantão. Desses que dizem que tudo, antigamente, era melhor. Nem tudo, mas.... demos à César o que é de César.
Atualmente muitas atrizes-modelos-dançarinas (infelizmente são mulheres contemporâneas as que mais se submetem a tais situações) almejam o sucesso. Não aquele abarcado por Carmem Miranda, que ganhou o mundo, mas o sucesso no seu sentido mais reles: efêmero e sem recheio.
A Pequena Notável, que era uma gigante no palco, transitou pela terra do Tio Sam, em anos dourados, com honras de rainha. Conquistou público e crítica norte-americanos exportando, com orgulho imponente, arte brasileira. Durante tempos viu os Estados Unidos curvarem-se e reverenciarem-se a ela, após suas apresentações inigualáveis.
Um momento ímpar na vida dessa artista de mão cheia foi o momento do fim. Em sua derradeira aparição, foi ela quem ficou de joelhos para a platéia (sempre e sempre a aplaudi-la). Infelizmente (pelo menos para nós, que a perdemos) aquele arrear não era de agradecimento (ou era?!), mas de demissão.
Um ato involuntário que se tornou simbólico. Ao ser erguida, não perdeu, jamais, a pompa. Mão direita no umbigo (quase sempre à mostra!), esquerda ao léu, sorriso largo e marcha-a-ré. "Adeus batucada". E ainda dizem que a mulher é o sexo frágil??? Erasmo estava certo: "mas que mentira absurda"!


P.S.: Se estivesse viva, Carmen Miranda completaria hoje 100 anos de idade.

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