segunda-feira, 11 de abril de 2011

produtores culturais baianos aprovam seminário de economia

“Esse evento é uma espécie de provocação aos agentes culturais de que não se pode só esperar pelos poderes públicos para fazer a cultura local se movimentar”. Essa é a opinião do produtor cultural Edson Costa, 52, sobre o Curso de Economia da Cultura e Empreendedorismo, cuja abertura aconteceu durante a manhã desta segunda-feira (11), no auditório Orlando Moscozo, na sede do Sebrae Bahia, nas Mercês, em Salvador. Para Costa, uma alternativa para os empreendedores culturais acessarem mais o mercado é buscar parcerias. “Grandes empresas chegam às comunidades diariamente através de produtos para revender. Falta uma visão administrativa para negociar com esses empresários da área privada”, afirma. Costa, que atua há mais de 25 anos na área, foi um dos mais de 100 participantes do seminário, entre empreendedores culturais e de setores que fazem interface, como turismo, moda e design, além de gestores públicos e privados que atuam no segmento. Os objetivos principais do encontro foram identificar instrumentos práticos envolvidos no processo de empreendedorismo cultural e examinar o ambiente legal, além de debater os aspectos institucionais sobre o exercício dos direitos culturais no Brasil. O superintendente do Sebrae Bahia, Edival Passos, ressaltou que a cultura, reconhecida como atividade rentável, precisa se quantificar para ser devidamente valorizada. “É preciso dar um passo adiante e aprender a tirar proveito dela como atividade econômica, mas com o cuidado de não mercantilizar e perder a essência”, explicou. Passos revelou que a instituição está apta a capacitar os produtores culturais na questão empreendedora do negócio. “Se é uma atividade econômica, nós vamos contribuir para organizar economicamente quem produz cultura no Estado”, definiu. Também presente ao evento, o superintendente de Promoção Cultural da Secretaria de Cultura do Estado (Secult), Carlos Paiva, afirmou que economia é assunto estratégico na superintendência. “Isso porque a cultura tem grande potencial econômico já que é um setor de matriz limpa e renovável”, destacou. Paiva lembrou ainda as ações da Secult no sentido de mapear e qualificar os profissionais da área. “Através de debates e palestras apresentamos ao trade dados e pesquisas sobre as manifestações populares, além de qualificação, que é indispensável para o desenvolvimento do setor”, disse. Doutorando em Economia do Desenvolvimento, Leandro Valiati, falou aos presentes sobre construir tecnologias e quais as linhas necessárias para a economia da cultura, como a diferença entre valor e preço, por exemplo. “Há diversos bens culturais, de alto valor e representatividade para um povo, que não possuem preço porque não chegam nem a virar um produto. Preço é algo dado pelo mercado, que sofre alterações diversas”, explicou. De acordo com o professor, na economia, o que não se realiza, não existe. “Mas a economia cultural tem condições de produzir tecnologia que permita a dinamização das produções”, apontou. A dançarina e produtora cultural, Maria Juliana Passos, 26, considerou relevante a discussão sobre economia da cultura. “É uma ação válida, pois chama a atenção para a importância de adotarmos cada vez mais uma visão empresarial”, disse. Ela é proprietária da Mazurca Produções, que atua há três anos com montagem de espetáculos de dança contemporânea na capital baiana. Até chegar em Salvador, o Curso de Economia da Cultura e Empreendedorismo passou por São Paulo, Goiânia e Porto Alegre. Nesta terça-feira (12), é a vez de Manaus receber o seminário, que é uma realização da Garimpo de Soluções e Casa Ethos, com patrocínio do Sebrae Nacional.

Um comentário:

Sandro Caldas disse...

Obrigado pelo comentário, Fábio! Como você disse, parece que falta um pedaço em alguns álbuns. Eu realmente gostei muito do disco de Adriana Calcanhoto.
Não sabia que tinha um blog! Estarei aqui com frequência.
Grande abraço!