terça-feira, 17 de maio de 2005

transtorno bipolar afeta brasileiros

Conforme informações da Associação Brasileira de Familiares e Portadores de Transtornos Afetivos (Abrata), o otimismo, a desinibição exagerada, a insônia e ideias de suicídio são alguns sintomas do portador do Transtorno Bipolar do Humor (TBH). Essa doença atinge, aproximadamente, 10% da população brasileira. Se não for devidamente diagnosticada, na maioria dos casos, compromete a vida social e afetiva do paciente.
De acordo com o psiquiatra do Grupo de Estudos de Doenças Afetivas (Gruda), Frederico Navas, a reincidência de erros nas análises detectava apenas 1% da população como portadora do mal. “Historicamente os pacientes não mudaram, mas os diagnósticos sim”, afirma. A coordenadora do Centro de Estudos e Tratamento de Transtornos Afetivos (Cetta), Ângela Scippa, explica que o TBH é uma doença mental que deve ser tratada com medicamentos e por especialistas. Para ela, a quantidade de pessoas corretamente diagnosticadas como portadoras dessa enfermidade são suficientes para colocá-la fora do patamar de doença rara.
Pedro*, filho da aposentada Joana*, há mais de 10 anos é portador da doença. “Ele passou de tímido e introvertido a eufórico e de fácil comunicação”, relata a mãe. A busca por tratamento médico veio logo após as queixas escolares. No início, os médicos acreditavam ser apenas stress e, depois de longo tempo de observação e uso de remédios, detectaram o TBH. “A maior dificuldade está na reinserção social do meu filho devido ao preconceito e falta de informação das pessoas”, lamenta Joana.
Por isso, o Ministério da Saúde e as Secretarias Estaduais e Municipais buscam desenvolver uma assistência aos portadores de doenças mentais, através do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS). Em Salvador, existem CAPS como o Aristides Novis, no Engenho Velho de Brotas, e o Rubin de Pinho, nos Dendezeiros. O portador de transtornos mentais pode buscar apoio também nos ambulatórios especializados do hospital Universitário Professor Edgard Santos (HUPES), no Canela, e também nas obras Sociais Irmã Dulce (Osid), nos Mares. O custo para tratamento particular, que envolve profissionais da área de psiquiatria e também de psicologia, é relativamente alto. Os remédios custam, em média, 700 reais, e o tratamento, constituído de visitas semanais ao psicólogo e mensais ao psiquiatra, cerca de mil reais por mês. Em contrapartida, o psiquiatra e membro da Coordenação Estadual de Saúde Mental (CESM), Iordan Gurgel, afirma que o Sistema Único de Saúde (SUS), cobre esse tipo de patologia e que, passado o seu estado agudo, possibilita ao portador ter uma vida social normal.
Implicações - De acordo com informações da Abrata, no TBH ocorrem oscilações entre depressão e mania (denominação médica para a fase de euforia da doença). Em muitas situações, o doente encontra motivos para sua euforia, o que dificulta para a família a assimilação dessa mudança comportamental, por mais radical que seja, como sintoma de doença. Pessoas que sofrem de transtorno bipolar levam, em média, oito anos, antes de serem diagnosticadas e receberem tratamento adequado. Neste período e antes do controle total, os pacientes têm sofrimento físico e psíquico imensuráveis e podem acumular perdas nos relacionamentos afetivos, estudos e trabalho.
Isto implica em separações, repetência, incapacidade de adquirir uma profissão, perda do emprego, invalidez precoce ou mesmo a morte. A doença possui dois estágios bem distintos, intercalados por períodos de normalidade. Na depressão tudo se torna difícil e custoso: estudar, trabalhar, e conviver com as pessoas. Durante a mania, a pessoa se sente ótima e não consegue avaliar as consequências da irritabilidade, desinibição e sociabilidade na esfera pessoal. Atitudes tomadas durante esse estágio podem resultar em rompimentos conjugais, com familiares e amigos, ou em ruína financeira e endividamentos. Há risco de adultério, de gravidez indesejada, e de contrair doenças sexualmente transmissíveis.
Comprometimento social - Ainda não existe na Bahia uma organização da sociedade civil imbuída em melhorar a qualidade de vida desses pacientes. Entretanto, no Simpósio de Transtornos do Humor, realizado ontem (16), no Hotel Fiesta, foi tomada a iniciativa, por parte dos organizadores, da criação da Associação de Familiares e Portadores de Transtornos Afetivos da Bahia. Os interessados devem buscar informações com Lucas Quarantini e Ângela Scippa, psiquiatras da Universidade Federal da Bahia (UFBA), através do telefone (71) 3332-3509.
*foram usados nomes fictícios para preservar a identidade das fontes

domingo, 15 de maio de 2005

introdutório

Hoje, 15 de maio de 2005, começa uma nova era. Não uma sonhada e concreta "nova ordem mundial", mas um mundo novo para mim. Estou inaugurando o meu blog.
As postagens serão sobre temas variados, livres. É como já ouvi Maria Bethânia falar sobre os motivos que a fazem escolher essa ou aquela canção para o seu repertório: "basta me emocionar", disse. Pois é.
Aqui não tem tema. Gosto de muita coisa e "gosto não se discute" (essa é do tempo que minha avó era gostosa, mas funciona!), Portanto, está aí para quem quiser apreciar.